Comprei ontem 13 livros, entre os quais clássicos da literatura brasileira e portuguesa. Na verdade, comprei onze e ganhei dois de brinde. Por 110 reais. Se você analisar não pela quantidade, mas pela qualidade (Camilo Pessanha, Cruz e Sousa, Álvares de Azevedo, Alfredo Bosi, Sá Carneiro, Guerra Junqueiro), é um preço barato para um material de primeira. Só para fruir esses livros como eles merecem, tenho certeza que levaria mais de quatro meses, analisando, lendo, relendo, curtindo.
Há dez anos atrás, fiz compra semelhante de CDs de música erudita. Bach, Bethoven, Mozart, Chopin, Strauss, e vários outros. Lembro bem: foram 25 Cds a 50 reais. Não pagava nem o material de feitura.
Isso é uma coisa de que gosto muito nestes tempos de cultura de massa: enquanto a novidade de qualidade dúbia é caríssima, o tradicional, de qualidade óbvia, é baratíssimo e acessível a qualquer um. Posso afirmar sem engano que, hoje em dia, textos e composições clássicas estão ao alcance de todos. Quando melhorarmos as condições de educação, esse acesso se reverterá num crescimento intelectual sem precedentes.
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